Gestão e Microgestão

Gestão ou "Gestãozinha". O que é, como se verifica e como se resolve.
A microgestão é na realidade uma falta de gestão ou uma gestão deficiente. Acontece quando existe um controle excessivo e uma consequente centralização do poder. O princípio do controle faz parte de qualquer política de gestão, mas não deve de ser o pilar da mesma. A microgestão está para as empresas assim como o ciúme e o controle excessivos estão para as relações. Nenhuma sobrevive de forma feliz e ambas existem devido a um problema basilar: a falta de confiança.
Gestão implica a utilização estratégica de recursos para a prossecução de objetivos definidos. Implica planear, organizar, liderar e controlar recursos humanos, financeiros e físicos, para atingir os objetivos da organização. A gestão relaciona-se com a produtividade e com a eficiência, uma vez que a ação conjunta e estruturada permite chegar ao resultado da melhor maneira possível.
A gestão é um conceito muito geral, mas pode ser subdividido em diferentes tipos: marketing, pessoas, processos, vendas, entre outros, dependendo da realidade especifica do negócio e dimensão do mesmo. Seja como for é importante que os responsáveis das empresas procurem educar-se neste sentido, ou contratem profissionais que estejam aptos a saber gerir.
Existe sempre a necessidade de controlar estratégias e processos para poder medir resultados. Mas quando este controle se torna excessivo, sufocando a autonomia, criatividade e capacidade de decisão dos membros de uma equipa, prejudica a produtividade, mas também mina a autoestima e a motivação dos colaboradores. Consequências obvias: alta rotatividade, desmotivação e falta de capacidade de adaptação.
A alternativa a esta microgestão é efetivamente uma política de gestão. E antes da inspiração, motivação, capacidade de empatia e outras características fulcrais de um líder, temos que ter uma visão clara, que possamos partilhar, definindo caminhos e metas alcançáveis, melhor, possíveis caminhos, com margem de manobra em que a criatividade e contribuição de cada um possa fazer a diferença. Afinal essa é a mais-valia de uma equipa certo? Pessoas diferentes, visões diferentes, partilha e possibilidade de enriquecimento e melhoria.
Quando existe confiança dificilmente assistimos a cenários de microgestão, porque há delegação de tarefas, há espaço para todos, há liberdade e responsabilização. E quando as pessoas são responsabilizadas, mesmo que de forma negativa, neste contexto, elas acatam, aceitam, porque sentem justiça.
A solução passa pelo abandono deste tipo de "pseudo-gestão" e pela aposta na formação, na procura de ajuda e soluções profissionais, para os líderes e para as equipas. Este caminho pode começar por estratégias simples como a comunicação interna, sabem aquela avaliação que por vezes solicitam no final de uma ação de formação? Porque não fazer umas questões à equipa e procurar perceber como está o clima organizacional?! Mediante o cenário e mais uma vez a dimensão pode-se tomar uma decisão. Independentemente do contexto a solução passará sempre por implementar uma cultura de confiança, autonomia e colaboração, em que todos constroem, peça a peça. E já agora que seja leve, feliz e geradora de felicidade. Afinal já vimos que isto é lucrativo, certo?!